segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Os atletas celíacos


Em um post anterior publicamos uma reportagem sobre o ternista Novak Djokovic, portador da doença celíaca e conhecido por seu potencial atlético e ótimo desempenho nas quadras.No Brasil temos o Wladimir Azevedo, triatleta, que supera seus limites em cada competição.
Wladimir Azevedo e  Novak Djokovic 

Outro caso de atleta com a doença é o da maratonista Amy Begley, considerada uma das melhores dos Estados Unidos. Ela foi diagnosticada celíaca em 2006, aos 28 anos, porém era desde os seus 18 anos que manifestava os sinais da doença. Em entrevista para a Revista Vida sem Glúten e sem Alergias, Amy falou um pouco mais sobre sua vida e como tirou de letra a doença.
Amy sentia bastante dor de estômago, gases, inchaço e dores quando corria. Inicialmente os médicos suspeitaram de intolerância à lactose, cortando leite e derivados de sua dieta, porém, embora menos severos, os sintomas persistiram. Ela chegou a um ponto em que não podia comer por cerca de 6 horas antes de correr, o que ocasionou outros problemas: hipotireoidismo, anemia, desidratação durante as corridas, amenorréia, fraturas e oesteopenia. Tinha também diarréia varias vezes ao dia. 
Dez anos depois da manifestação dos sintomas ela teve o diagnóstico, confessa que em parte foi sua culpa, pois nunca permanecia no mesmo médico.
Três semanas depois de adotar a dieta celíaca, o inchaço e dor desapareceram. A desidratação durante as corridas também melhorou, e os níveis de ferro também. As diarreias constantes, que atrapalhavam-na correr, também cessaram.Nas olimpíadas de Beijing, pesquisou opções para se alimentar antes de viajar, recebeu a atenção dos chefs do acampamento americano, que providenciaram comidas sem glúten para a atleta, e ela mesma levou comida celíaca pronta e de fácil preparo. Amy também contatou os responsáveis pela alimentação para saber suas opções, porém outras pessoas alertaram -na que a comida podia não ser segura, já que era preparada juntamente com as outras, podendo haver contaminação cruzada.Geralmente, quando viaja, costuma levar sua própria comida, tais como pacotes de cereais sem glúten, arroz de saquinho, frango ou salmão enlatado, biscoitos de arroz e barrinhas de soja. O leite de soja, frutas e iogurte ela consegue nos cafés das cidades para onde vai.Acrescentou que os aeroportos são os piores lugares para comer, e as viagens longas de avião são terríveis, pois colocam crouton e granola em tudo. Por isso costuma levar macarrão de arroz e sopas, que podem ser esquentadas durante o vôo.
Tem apoio do marido, família e amigos. O marido no dia a dia segue a dieta sem glúten para não haver contaminação na cozinha, mas come pão ou massa quando saem para comer fora. Os amigos sempre saem junto com ela para experimentar novos restaurantes com opções celíacas. E a família sempre está de olho em novos produtos para avisá-la.
Dos alimentos que contém glúten, Amy sente mais falta do pão macio, já que o pão sem glúten é bem mais pesado e se desfaz com facilidade. Sentia falta dos biscoitos também, porém ressalta que as versões para celíacos estão melhores.
Para encerrar a reportagem Amy disse: “
O diagnóstico é realmente uma benção, porque ele permite que você passe a se alimentar com a comida que faz bem ao seu corpo. Você pode atingir qualquer objetivo atlético ao qual você se propõe se você o fizer com dedicação. Você precisa se certificar que está comendo a quantidade suficiente de frutas, vegetais, proteínas e carboidratos. Boas opções magras de proteína incluem frango, nozes, feijões e peixe. E ótimas opções de carboidratos incluem batata doce, batatas no geral, milho, arroz integral, mandioquinha e as massas sem glúten disponíveis. Tudo é possível!” 

A seguir a alimentação de Amy em dias de treinamento e no dia a dia:

Em um dia típico de treinamento intenso:
  • Café da manhã: banana, barrinha de soja, barrinha de cereais sem glúten e Gatorade
  • Após o treino: Endurox R4
  • Almoço: maçã, macarrão de arroz ao molho curry, ou vegetais, ou tacos/tamales mexicanos
  • Lanche: iogurte
  • Jantar: salada, macarrão sem gluten com alguma carne, molho e vegetais
  • Lanche da Noite: uma fruta ou pedaço de chocolate
Em um dia típico quando não está treinando:
  • Café da manhã: (1) algum cereal sem glúten (cinnamon chex, mesa sunrise, ou koala crisp), leite de soja, e banana com manteiga de amêndoas OU: (2) aveia sem glúten com leite de soja, manteiga de amêndoas, bananas ou frutas.
  • Lanche: iogurte
  • Almoço: alguma fruta, sopa e restos do dia anterior
  • Jantar: uma carne grelhada (salmão, bisão, frango), batata doce com canela, salada ou vegetais
Estes são exemplos de atletas celíacos, suas atitudes, força, desempenho nos dão um exemplo de que um celíaco pode ter uma vida muito saudável e ainda ser um grande atleta!

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