sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O autismo e a doença celíaca

Para quem não sabe, o autismo é síndrome que causa uma disfunção global no desenvolvimento, alterando a capacidade de comunicação e socialização. Há uma gama de possibilidades dos sintomas do autismo, e na maioria dos casos é possível detectar esta síndrome antes dos dois anos de idade. Em apoio aos portadores de autismo estão profissionais de programas educacionais, tratamentos comportamentais e terapias. As causas do autismo são fonte de estudo em diversos lugares.
Segundo pesquisadores dinamarqueses, filhos de mães portadoras de doenças como diabetes tipo 1, artrite reumatóide e também doença celíaca, teriam risco até três vezes maior de desenvolver o autismo. Este foi o primeiro estudo em que foi encontrada uma relação entre o autismo e a doença celíaca na família, mostrando que é possível a conexão da síndrome com estas doenças auto-imunes. Tais estudos ainda não têm significado clínico (não devem afetar as decisões e comportamento dos portadores), mas podem direcionar mais pesquisas em torno das causas da síndrome. O autismo é fortemente determinado geneticamente, porém não se sabe com precisão quais são os genes envolvidos. Estas pesquisas têm o intuito de encontrar quais áreas do genoma são relacionadas ao autismo, como também estudar a influência de fatores externos.
Para este estudo feito na Dinamarca foram coletados dados de mais de 3000 crianças dinamarquesas, consideradas autistas. Entre estes dados estavam a presença de doenças auto-imunes na família. Resultados apontaram que as crianças cujas mães possuíam alguma doença auto-imune teriam maior risco de desenvolver o autismo do que as demais. Porém este risco não é absurdamente maior, por exemplo, para o caso de mães com diabetes tipo 1 o risco era 2 vezes maior do que na população geral; no caso de artrite reumatóide, 1,5 vezes; e para o caso de doença celíaca, um pouco mais de 3 vezes. Estes estudos foram importantes, pois os resultados mostraram que o autismo está de certa forma relacionado à alterações no sistema imunológico. Segundo o Dr. Atladottir, do Instituto de Saúde Pública da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, os resultados não devem causar preocupações nos pais portadores das doenças auto-imunes descritas nesta matéria, já que a grande maioria dos portadores destas mesmas doenças não têm filhos autistas.
A relação entre as doenças ainda não está muito definida, as hipóteses são que os genes associados às doenças auto-imunes e ao autismo podem estar relativamente próximos, ou que a doença auto-imune modifica de alguma forma o processo de gestação da criança, aumentando o risco do autismo se desenvolver.
Paralelamente ao tratamento com terapeutas, intervenções nutricionais também têm sido sugeridas, como no caso a restrição de alguns alérgenos alimentares, uso de probióticos e suplementos nutricionais. Das intervenções descritas, as mais comuns são a dieta sem glúten e a sem caseína, presente no leite e derivados. Em alguns estudos chegaram a hipótese de que alguns dos sintomas autísticos possam ser consequência de excesso de opióides (substâncias com ação semelhante à morfina) no organismo. Isso porque a maior permeabilidade intestinal frequentemente observada nos autistas, permitiria que grandes peptídeos, resultantes da digestão incompleta do glúten e caseína, cruzasse a membrana intestinas, atuando como opióides, entrando na corrente sanguínea e atingissem o sistema nervoso central, resultando na produção dos sintomas dos autistas.
Portanto, com a retirada do glúten e da caseína da dieta, resultaria na melhoria dos sintomas.
Não custa, tentar não é? Embora os resultados das pesquisas não tenham 100% de certeza, e mais estudos precisam ser realizados, a retirada destes alérgenos, o que não é impossível de se fazer, pode ser de grande ajuda no tratamento. Porém é importante levar em conta de que toda dieta de restrição deve ser acompanhado por médico ou especialista.

Matéria resumida e extraída:

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